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Saiba o que é pedagogia Griô

Uma educação feita de vínculos e ancestralidade…

Cora Coralina, poeta goiana, foi sábia ao dizer que “feliz é aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina”, a educação tem mais alegria quando se fundamenta na horizontalidade do saber. A Pedagogia Griô é a prova viva de que há muita potência nessa visão do que é educar-se.

Na África Ocidental griô são aqueles indivíduos capazes de transmitir adiante o conhecimento sobre os costumes, os conhecimentos, os mitos e as histórias dos povos. Metáfora da preservação da História, os griôs perpetuam e ancestralidade a partir da memória, e representam a importância de garantir a continuidade das tradições por meio do saber oral. 

Para os africanos, um griô pode ser um poeta, historiador, cantor ou contador de história; ou seja, todo aquele, sendo artista ou não, capaz de difundir através do boca a boca um tipo de saber. Como diria o escritor Guimarães Rosa, “o que lembro, tenho”.

Se pararmos para refletir, não é exagero dizer que todos nós temos pelo menos um griô na família: são eles as matriarcas e os anciãos reconhecidos em seus núcleos de convívio por sua forte conexão com a comunidade; pessoas capazes de contar histórias com letra minúscula que narram a história com letra maiúscula a partir de um ponto de vista humano, comunitário e conectado com os vínculos sociais.

“Nosso tempo é especialista em criar ausências: do sentido de viver em sociedade, do próprio sentido da experiência da vida”, afirma Krenak. “Isso gera uma intolerância muito grande com relação a quem ainda é capaz de experimentar o prazer de estar vivo, de dançar, de cantar. O tipo de humanidade zumbi que estamos sendo convocados a integrar não tolera tanto prazer, tanta fruição de vida. Então, pregam o fim do mundo como uma possibilidade de fazer a gente desistir dos nossos próprios sonhos.”

É aí que entra a escola como espaço de formação do indivíduo, e sua responsabilidade de cuidar não só do que já temos concretamente, mas também e principalmente daquilo que periga se perder. Afinal, a educação é um processo relacional, e se dá em todos os espaços de convívio de um sujeito. “Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”, defendia Paulo Freire, em uma de suas citações mais difundidas.

 

Fonte: Lunetas